O Município de Olhão, situado no Sotavento Algarvio, é um dos 16 municípios do distrito de Faro, com uma área territorial aproximada de 130km2, distribuída por 5 freguesias: Olhão, Fuseta, Moncarapacho, Pechão e Quelfes, com uma população de 45396 habitantes (censos 2011), ao que corresponde uma densidade populacional de 346,83 hab./km².
Confrontando a nascente e a norte com o concelho de Tavira, a poente com o concelho de Faro e a sul com o Oceano Atlântico, o concelho de Olhão insere-se nas sub-regiões morfológicas do Barrocal e do Litoral. No Barrocal, o concelho é limitado a norte pelo contacto do maciço antigo e a sul com os calcários datados da Era Mesozóica. Esta linha de contacto representa uma antiga linha de costa, justificando-se, por isso, a existência dos depósitos sedimentares (calcários) sobre os do maciço antigo.
O Litoral constitui a sub-zona com materiais mais recentes, Quaternário ou mesmo Neogénico. Estes depósitos vieram sobrepor-se aos de calcário e margas que compõem a Orla Mesocenozoica Meridional, apresentando pela sua juventude, um relevo pouco acidentado ajudado por uma plataforma ainda pouco retalhada pelo escoamento superficial.
Toda a zona litoral do concelho de Olhão integra-se no Parque Natural da Ria Formosa, uma das zonas húmidas mais importantes a nível europeu, tendo sido considerada em 2004, pela União Internacional para a Conservação da Natureza, como uma zona húmida de interesse mundial.
O Parque Natural da Ria Formosa instituído em 1987, pelo Decreto-Lei nº 373/87, de 9 de sezembro, foi criado com o objetivo primeiro de proteger e conservar o sistema lagunar, nomeadamente a sua flora e fauna, incluindo as espécies migratórias e respetivos habitats.
Estende-se pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, e abrange uma área de cerca de 18400 hectares ao longo de 60 km de costa, desde o Ancão até à Manta Rota, incluindo uma grande variedade de habitats: ilhas-barreira, sapais, bancos de vasa e de areia, dunas, salinas, lagoas de água doce e salobra, cursos de água, áreas agrícolas e matas.
No concelho de Olhão, a Ilha da Armona faz parte do sistema de ilhas-barreira da Ria Formosa, donde se destacam as praias da Fuseta Mar e Armona Mar.
De acordo com Orlando Ribeiro, o Algarve apresenta um clima tipicamente mediterrâneo, caraterizado pela existência de uma estação quente e seca que atinge os cinco meses, com temperaturas médias diárias na ordem dos 22,5ºC e um inverno suave, com precipitação escassa e com temperaturas médias diárias a rondarem os 12,4ºC.
De um modo geral, o concelho de Olhão apresenta um clima temperado húmido mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos suaves. A precipitação distribui-se de forma irregular ao longo do ano, concentrando-se nos meses de Outono e Primavera.
No entanto, o clima do concelho não é homogéneo, à medida que se caminha para interior, a influência marítima que se faz sentir na faixa litoral vai-se atenuando, tornando-se o clima mais quente e seco e simultaneamente mais chuvoso.
No concelho de Olhão, a natureza revela expressões deslumbrantes, contrastando de forma harmoniosa o interior dos campos e serras com a extensa linha de um litoral semeado de ilhas e ilhotas.
A Ria Formosa é uma zona protegida incluída no PNRF, que constitui a mais importante zona húmida do País, quer pela dimensão quer pela sua complexidade estrutural, faunística e florística, com especial destaque para a avifauna, que está integrado na Rede Natura 2000.
De toda a área classificada como Parque Natural, 3770 ha encontram-se incluídos no concelho de Olhão, conferindo à faixa litoral situada entre os núcleos urbanos de Olhão e Fuseta, um elevado interesse e valor paisagístico. A paisagem do PNRF carateriza-se por três grandes unidades estruturais: a área lagunar, a praia/sistemas dunares e a faixa continental.
O concelho de Olhão tem quatro praias classificadas como zonas balneares: Armona-Mar, Armona-Ria, Fuseta-Mar e Fuseta-Ria.
Na zona do Barrocal, o concelho de Olhão encerra diversos pontos de interesse, nomeadamente na zona de Moncarapacho, de onde se destaca o Cerro da Cabeça. Este Cerro, com 249 metros de altitude é a elevação mais oriental da Serra de Monte Figo. Trata-se de um sítio de elevado valor paisagístico e científico, que está integrado na Rede Natura 2000 e no projeto Corine-Biótipos, apresentando uma área de 574 ha. É considerado pelos geólogos um monumento natural, devido ao valor das suas formações cársicas. A sua superfície, ocupada pelo maior lapiás do Sul do País, e as suas grutas, têm um elevado valor ambiental e zoológico, servindo de abrigo a diferentes espécies de morcegos e outra fauna cavernícola. O seu património botânico encontra-se revestido pelo maquis, típico do barrocal algarvio. No Cerro da Cabeça localizam-se as formas endocársicas mais profundas de que se tem conhecimento no carso algarvio: Algar Maxila (mais de 95 m de profundidade), Algar Medusa (74 m), Algar dos 60 m (mais de 70 m).